Eu, Sándor András, República Autónoma, solicito
ser admitido entre as grandes potências,
uma vez que todos me enganaram até à última,
e quero por fim representar-me a mim mesmo.
Deixei plantados todos os blocos
que apregoavam altissonantes que eu por eles
daria, feliz, a minha própria vida.
E agora apresento-me: sou a turba e o indivíduo,
ou seja, a maior entre as maiores potências;
a terra é um tabuleiro de xadrez vazio,
onde sem mim não há jogo,
porque sou ambas as equipas adversárias:
neste mundo burlão, sou o meu próprio inimigo,
que me agarro, infame, pela garganta.
Não tenho nem avião, nem bombas,
nem foguetes, nem mísseis, nem armada atómica:
a minha república só armazena desejos tradicionais,
e sei que quem não está comigo, não é por isso meu inimigo.
Basta, já estou farto que ninguém me explique,
com a seriedade de uma baioneta, o que quero eu,
isto ou aquilo; confesso que ambas as coisas em geral,
a mim os anjos não me fizeram brilhar a alma.
Procuro-me a mim mesmo, assim vive a minha república,
valente em equivocar-se e livre para atrever-se.
Solicito que me admitam entre as potências,
ou então, não contem comigo no futuro.
(versão de JLBG e Juan Carlos Mellidez
a partir da tradução castelhana de György Ferdinandy,
Maria Teresa Reyes-Cortés e Jesús Tomé)
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