Apos 2 meses num mundo 'a parte, foi confortante voltar a um sitio mais dentro do normal. Isto porque? Nao que tenha sido mau estar em Timor, mas ha varias coisas que ja sentia falta: limpeza, higiene, servicos a funcionar, entre outras maravilhas do mundo "ocidental" no qual a Australia se insere.
Depois de uma curta noite de sono, toca a arranjar um taxi para ir para o aeroporto. Por entre convencer sacristoes de que "o malai tem de ir para o aviao e entao tenho mesmo que passar por esta rua fechada ao transito junto 'a igreja de Motael", la me ia despedindo de Timor, ainda aterrado pelas visoes terceiro mundistas na estrada para o aeroporto.
A minha espera `a entrada do aeroporto (claro que fui cedo, como "germanico" que sou), deu para reparar no que a alucinacao do jet lag me tinha feito esquecer 2 meses atras: sai-se do aeroporto, e da-se de caras com um campo de refugiados nos campos subjacentes ao parque de estacionamento. Bem, que cartao de visitas.
Apos um check-in e controlo de seguranca em que passei com uma garrafa de agua pela primeira vez em muito tempo, tempo de esperar em conjunto com as outras... 15 (?) pessoas que vinham no Embraer Brasilia da Airnorth, linha aerea reginal da Australia. Confesso que o voo foi bem melhor do que esperava, uma vez que ja me tinham mentalizado que ia voar numa casca de noz para 30 pessoas que treme por todos os lados. Afinal nao foi assim tao mau.
Logo no aviao, chegou o primeiro cartao de visita do mundo demasiado "ocidental". A hospedeira veio oferecer um panoplia de "comidas", entre as quais so se devia incluir 1 coisa saudavel: agua. De resto, Snickers, Mars, batatas fritas, amendoins com sal e sumos. Isto as 9 e 30 da manha. Enfim.
Chegado 'a terra dos kangurus, tive uma recepcao que contrastou com a facilidade do visto (obtido em segundos na internet, a partir de Timor). Tive direito a entrevista, explicar para onde ia, o que fazia em Timor, etc etc. Enfim, coisas normais para uma pais rico que tem medo de imigrantes. E de doencas, o policia ate foi perguntar ao chefe se as minhas bolachas indonesias podiam entrar na Australia.
Posto isso, deparei-me com mais algumas coisas que me faziam crer que me tinha enganado no aviao e tinha chegado a uma qualquer cidade americana: pessoal muito gordo e transportes publicos (na verdade nao era bem publico, mas tb nao era um taxi ou uma limo) merdosos. Sim, porque como o meu voo era para pouca gente tive de esperar hora e meia ate que o proximo voo chegasse para ter autocarro. Por outro lado houve outro aspecto muito interessante com que me deparei: A facilidade das pessoas dizerem: "Hello, how are you today?", antes de comecar uma conversa.
Assim, la segui no shuttle bus para a cidade.
Darwin 'e a capital do estado Australiano do Territorio do Norte, e como tropical que 'e (fica a 1h45m de aviao a partir de Timor) 'e assim pro "Lay-back", que 'e como quem diz, o pessoal leva as coisas mais lentamente, na boa (que choque seria ir para um sitio tipo Sydney). No hostel, que fica na rua principal dos hostels e dos restaurantes, deparei-me com um quarto de ressacados a cheirar a suor. Mas pronto, quem quer barato, tem de ser flexivel. Fui trocar dinheiro, comprar alimentos (no supermercado, que os precos aqui nao sao brincadeira), e depois toca a xonar que estava cansado e os proximos dias vao ser longos. O hostel 'e engracado, tem piscina e tudo, e 'e mais um contribuicao para a minha panoplia de experiencias em hostels com vista a encontrar a formula magica para quando abrir o meu.
Fui dar uma volta, mais uma vez nada de especial, nao fosse ver o anuncio luminoso dos cafes Delta num restaurante italiano (e esta hein?) e de pela primeira vez em 2 meses comer qualquer coisa fresca (gelado), sem ficar minimamente constrangido pela possibilidade de ter de ficar agarrado ao grande camiao de porcelana no dia seguinte (irritacoes, claro esta).
E pronto, vou continuar a ler a ver se ganho sono para descansar para o tour dos proximos 3 dias pelos parques naturais aqui 'a volta.
Sunday, May 25, 2008
Friday, May 16, 2008
Petição da República Autónoma Sándor András às Nações Unidas
Eu, Sándor András, República Autónoma, solicito
ser admitido entre as grandes potências,
uma vez que todos me enganaram até à última,
e quero por fim representar-me a mim mesmo.
Deixei plantados todos os blocos
que apregoavam altissonantes que eu por eles
daria, feliz, a minha própria vida.
E agora apresento-me: sou a turba e o indivíduo,
ou seja, a maior entre as maiores potências;
a terra é um tabuleiro de xadrez vazio,
onde sem mim não há jogo,
porque sou ambas as equipas adversárias:
neste mundo burlão, sou o meu próprio inimigo,
que me agarro, infame, pela garganta.
Não tenho nem avião, nem bombas,
nem foguetes, nem mísseis, nem armada atómica:
a minha república só armazena desejos tradicionais,
e sei que quem não está comigo, não é por isso meu inimigo.
Basta, já estou farto que ninguém me explique,
com a seriedade de uma baioneta, o que quero eu,
isto ou aquilo; confesso que ambas as coisas em geral,
a mim os anjos não me fizeram brilhar a alma.
Procuro-me a mim mesmo, assim vive a minha república,
valente em equivocar-se e livre para atrever-se.
Solicito que me admitam entre as potências,
ou então, não contem comigo no futuro.
(versão de JLBG e Juan Carlos Mellidez
a partir da tradução castelhana de György Ferdinandy,
Maria Teresa Reyes-Cortés e Jesús Tomé)
Wednesday, May 14, 2008
12x
So you wake you at 7h45 am. You get out, you take 1h15min to get to work. You work. 13pm - Lunch Break. 14pm - Back to work. 19h45pm you get out of work. You go home. You arrive at 20h15pm.
How was your day ? Empty. Null. "Nothing to see here, move on."
Tomorrow? The same.
After tomorrow? The same.
Next week? The same.
The same for at least 40 years.
Sounds like fun. Sounds like _my_ life.
"Fuck you I won't do what you tell me!"
Sunday, May 11, 2008
Hakado
Hoje vi um Haka ao vivo. Sim, isso aquela "dança" q os Neo-Zelandeses - também conhecidos por Kiwis - fazem nos jogos de râguebi. Hoje eram militares. Eles fazem a Haka na rendição de companhias. Ou seja, chegaram novos tipos, e fizeram uma dança. Mto bom, prai 15 mins de berreiro, e movimentos peculiares (sim, porque fizeram numa zona visível da rua). Tenho pena de não ter fotos ou vídeo, porque merecia. Primeiro, o grupo que já lá estava, que ia ser rendido, começa com a Haka com uma dança e berraria, tendo 3 tipos vestidos à homens das cavernas e com ferramentas condignas com isso, que são os actores principais, e os outros em tronco nú. Os 3 cromagnons afastam-se do grupo para ir perto do outro grupo provocá-los e depois voltam. A partir daqui há uma sucessão de movimentos alternados dos grupos, berros, coreografias guerreiras, e os grupos vão-se aproximando. Entretanto os líderes discursam sobre camaradagem e coisas do género (esta parte já é em inglês, que o resto é em Maori) e depois mais uns berros. Por fim, quando alguém que esteja descontextualizado pensa que eles se vão pregar à chapada, começam a cumprimentar-se com apertos de mão e a encostar os narizes e as testas. Mto engraçado.
Interessante o papel das mulheres, a quem também estão atribuídos certos berros, mas que não estão em tronco nú, como se imagina.
Interessante o papel das mulheres, a quem também estão atribuídos certos berros, mas que não estão em tronco nú, como se imagina.
O tempo passa
Pois é, só tenho mais 2 semanas em Timor. Mtas histórias para contar (ao vivo), mas só mais lá para Julho, entretanto vou estar pela Austrália e Indonésia. Agora é tempo de fazer exames, escrever relatórios, avaliar alunos, ...
Vim para cá à procura de choques, mas não acho que os tenha encontrado. Talvez porque estava contextualizado com a realidade de Timor e das aulas antes de vir. Vá, não tive choques, mas lá que olhei por outras janelas olhei... E ainda bem, porque também era mesmo isso que vinha à procura.
Vim para cá à procura de choques, mas não acho que os tenha encontrado. Talvez porque estava contextualizado com a realidade de Timor e das aulas antes de vir. Vá, não tive choques, mas lá que olhei por outras janelas olhei... E ainda bem, porque também era mesmo isso que vinha à procura.
Monday, May 05, 2008
Beautiful
1966 - a young portuguese soldier films scenarios and day-life scenes around Portuguese Timor, where soldiers had a pleasant life (unlike the ones that were sent to Africa). The main actor of this movie is a boy, that rides a horse around different sites in the territory.
5th of May, 2008 - the soldier meets the boy, after 42 years. The soldier is an artist that came to the country of Timor-Leste to teach wood crafting to local workers. The boy is now Leutenant-Colonel of the Timorese army and hero of the Timorese resistance during the Indonesian ocupation. This hero spent 24 years in the mountains, the "headquarters" of the resistance, fighting for this country that hugs me every day.
Today, they met in our house for dinner. Before dining, we watched the movie: colourful, original, unique and with a touching music.
Such a moment.
5th of May, 2008 - the soldier meets the boy, after 42 years. The soldier is an artist that came to the country of Timor-Leste to teach wood crafting to local workers. The boy is now Leutenant-Colonel of the Timorese army and hero of the Timorese resistance during the Indonesian ocupation. This hero spent 24 years in the mountains, the "headquarters" of the resistance, fighting for this country that hugs me every day.
Today, they met in our house for dinner. Before dining, we watched the movie: colourful, original, unique and with a touching music.
Such a moment.
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