Saturday, September 02, 2006

A problemática do palito

Parte 1: a dura realidade

Se há objecto do dia a dia que nos põe em contacto com as nossas origens animalescas este não pode ser outro que não o palito. Acho que não há nada pior que se possa (sim, porque se pode) fazer num restaurante que por uma farpa de madeira no espaço entre dois dentes sucessivos. No entanto isto é um acto aceite, divulgado e, pode mesmo dizer-se, que em certos restaurantes que servem diárias e que se situam em zonas fabris, o passo lógico depois do café com cheirinho. Vai daí que eu estava curioso para saber se o resto do mundo também o fazia. Posso dizer-vos que, até agora, não só não vi nenhum irlandês a utilizar nenhum palito como mais: ainda não tive dinheiro para ir a nenhum restaurante para o tentar ver. Apesar de isto tirar qualquer credibilidade ao que eu posso dizer seguidamente vou dize-lo na mesma (afinal, sou português).
Ora, o facto de não ter dinheiro para ir a um restaurante em que a carne servida seja servida em forma de bife e não de hambúrguer chateia-me e então eu pus-me a pensar porque é que os portugueses são todos uns pobres (modéstia à parte). E encontrei a resposta. Estava perdida num bolso recôndito da minha mala. Uma pequena farpa de madeira envolta num papel alegremente decorado e denominada de PALITO INDIVIDUAL. Reparem: INDIVIDUAL. E este é mesmo o problema. Se não, pensem comigo. Portugal tem actualmente 151 cidades. Se fizermos uma estimativa de 30 restaurantes (como os acima referidos) por cidade são 4530 restaurantes. Se cada um atender 60 clientes por almoço são 271 800 clientes por dia. Se cada um utilizar 1.1 palitos em média por almoço são 298 980 palitos. Atenção, isto são quase 300 000 palitos por dia, considerando só os ditos restaurantes e só almoços. Se pensarmos que cada palito deverá ser trabalhado, desinfectado e, agora mais recentemente, embalado individualmente em saquetas de papel em que tem que ser impresso o logótipo da produtora podemos começar a ter uma ideia dos milhares que o negócio destas farpas faz circular. E quem é que os paga? Pois é. Somos nós.

Parte 2: A solução

A solução deriva exactamente do que vem impresso no exterior da embalagem. O que eu proponho é a criação do PALITO COLECTIVO. Reparem que isto parece estranho mas de facto não o é. Por exemplo, num café não há um jornal para cada cliente e ninguém reclama. Estranho seria chegar a um café e no centro da mesa ver um taça de barro, que em tempos conteve um gelado da Olá, e ver lá dentro invólucros de papel foleiro a dizer JORNAL INDIVIDUAL. Relativamente à questão da higiene, meus amigos, não me lixem. Quem usa um palito não é, propriamente, um obcecado por asseio. Quem confia os espaços intersticiais dos seus dentes a madeira de terceira apanha perde o voto nesta matéria. E reparem, assim até podíamos experimentar os outros partos disponíveis, mais saliva menos saliva.

1 comment:

Anonymous said...

Ehehe palito colectivo...
Nós vamos criar a nova geração de palitos, que para além de serem colectivos vão ser especiais:
- Nas extremidades vai ter um nico de pasta dentifrica.
.oO( até já vou deixar de jogar no euromilhoes, esta ideia vale ouro... )

Pior que palitos são os escarros, então aquele pessoal que tem lenços de pano e que abre o lenço, olha, faz mira, puxa o dito e PUMBA mesmo no lenço, o qual zelosamente voltam a guardar no bolso, esse vicio é pior. :P

MD

p.s: Vá xiba-te, que tem o tigre irlandes de especial ( foi tigre que lhe chamaram, nao foi ? por causa da "explosao" a nivel economico)
p.s.s: E sao todas ruivas, com sardas e matulonas ou é um estigma ?:P