Thursday, September 17, 2009

A importância do voto

As eleições estão a chegar (na verdade eu até já votei, graças ao voto por correspondência para emigrantes).
Em 35 anos de democracia, vamos ter uma das eleicoes com maior numero de partidos/coligações a disputar o eleitorado de sempre (são 15 formações ao todo, apesar de nem todas concorrerem por todos os círculos eleitorais).

Claramente, estamos um bocado fartos dos nossos politicos da área do poder, e como tal, apareceram novos partidos nos últimos tempos (apesar de às vezes não parecer, uma vez que se ouve pouco sobre os pequenos partidos na comunicação social). Eu considero este aparecimento fantástico, e enriquecedor para a democracia.

Foi com esse espírito que estive a ver o debate dos "pequenos partidos" de 2a Feira no "Prós e Contras" da RTP1. E gostei. Porquê? Porque gostei de ouvir novas ideias, ainda por cima, como não havia acusações entre intervenientes a fazer (porque você fez isto, e você disse aquilo), houve mais espaço para apresentação de ideias. Assim, achei interessante, especialmente pelo facto de ter decidido não votar em partidos com assento parlamentar. E porquê esta decisão? Por várias razões:
- pelo facto de oposição no parlamento desde há muito tempo (desde que me lembro, pelo menos?) significar total oposição a 99% das ideias de quem está no governo - por muito que o governo tenha boas ideias, não há espírito de construção, só destruição
- pelo facto de o parlamento estar às moscas com frequência, ou seja, elegemos pessoas que gostam dos benefícios de ser deputado mas não estão lá com o mínimo espírito de servir o país
- pelo facto de precisar-mos de sangue novo no nosso parlamento, sangue que traga novas ideias e capacidades
- porque há "pequenos" partidos com ideias interessantes que só podem ter sequência mediante eleição, claro
- porque não aceito a ditadura do voto útil - estou-me marimbando que o partido vencedor não tenha maioria absoluta, na minha concepção de democracia vota-se em quem se acha mais apto para nos governar, não no menos mau dos partidos que "normalmente ganham"

Na minha opinião, vejo alguém que se dá ao trabalho de participar num pequeno partido com poucas oportunidades de ser eleito, como mais credível quando disser que está na política para servir o país do que alguém que se junte a um grande partido. Nos grandes partidos, há muita gente que trabalha com objectivos muito próprios (eleição para cargo público e subsequentes regalias, procura de maior facilidade de arranjar emprego, etc.). Nos pequenos partidos concerteza também haverá oportunistas, mas imagino que será em menor escala.

Assim, chateia-me a nossa mania de dizer que os políticos são todos iguais. Que só querem taxos e regalias, não tendo qualquer objectivo de serviço ao país. Mas essa afirmação será justa? Creio que não, em primeiro lugar porque generalizações são sempre muito redutoras da verdadeira diversidade de um grupo, em segundo lugar, porque quem não vota, ou vota sempre nos mesmos (que é o caso da maioria dos portugueses), não tem moral para se queixar da classe política como um todo.

Portugal vive em democracia, os eleitos dependem exclusivamente dos nossos votos.

O PS ganhou as últimas eleições legislativas com 2,6 milhões de votos. Por outro lado, 3,2 milhões de pessoas não foram votar. Dá que pensar, não dá?

2 comments:

Null said...

" Assim, chateia-me a nossa mania de dizer que os políticos são todos iguais. "


-- meh! não sabia que te chateava :D


De qualquer maneira não são iguais ( direita, esquerda, assim-assim), a razão pela qual estão na politica é que é igual em 90% deles, e essa razão não é servir o país mas sim os seus próprios interesses.

Null said...

Vá, estou a ser simpático, 95% deles lutam pela vida deles...